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Endometriose: doença pode causar impacto na fertilidade e afetar técnicas de reprodução assistida

Considerada a segunda doença mais frequente entre mulheres na sua fase reprodutiva, a endometriose pode levar até sete anos para ser identificada

Imagem: Pixabay

A endometriose é uma doença crônica, progressiva, que não tem cura e que pode causar dores pélvicas, durante as relações sexuais e dores para urinar ou evacuar no período menstrual. É também uma das principais causas de infertilidade feminina, impedindo portadoras de realizar o sonho da maternidade. Por isso, o diagnóstico precoce, seguido do tratamento sob orientação, é essencial para o controle da doença.

No Brasil, a endometriose acomete cerca de 8 milhões de mulheres. Para o triênio 2023 a 2025, são esperados mais de 7 mil novos casos. De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada 10 mulheres no Brasil sofre com os sintomas da doença, que ocorre quando o endométrio, tecido da camada interna do útero, ao ser eliminado na menstruação, começa a crescer fora do útero. Esse tecido é muito importante, pois é o que permite, por exemplo, que o embrião se implante, gerando uma gravidez. 

Citando dados da Associação Brasileira de Endometriose, a Dra. Natalia Pimentel, especialista em Reprodução Assistida do GEARE PB/João Pessoa/PB, unidade do FERTGROUP, grupo de clínicas referência em medicina reprodutiva no Brasil e na América Latina, com sede em São Paulo/SP, destaca que mais de 30% dos casos levam à infertilidade e que a doença dificulta a realização de técnicas de reprodução assistida. “As alterações pélvicas causadas pela endometriose podem impedir a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. Em outro momento, dificulta também a implantação do óvulo que foi fertilizado, podendo danificar o revestimento do útero, o que torna mais difícil a implantação de um embrião saudável”, observa a médica.

Outra dificuldade que essas pacientes podem enfrentar para conseguir engravidar está relacionada à qualidade dos óvulos. “Já temos muitas evidências científicas e está muito bem estabelecido na comunidade médica que esta condição também pode levar à formação de cistos ovarianos, que podem danificar o tecido ovariano e, consequentemente, diminuir a reserva ovariana”, pontua Natalia Pimentel.

Além disso, a endometriose pode atingir a resposta do corpo frente a tratamentos de infertilidade, como a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação intrauterina (IA). “Nem toda portadora tem infertilidade. Mas havendo a necessidade de tratamento de reprodução, as pacientes podem precisar de doses maiores de medicação para estimular os ovários”, pontua a Dra. Alessandra Evangelista, também especialista em Reprodução Assistida da clínica VIDA, unidade do FERTGROUP.

Tratamento – O tratamento de endometriose consiste em medicamentos, mudança no estilo de vida e cirurgia, que têm como objetivo controlar a progressão da doença. Cada paciente tem uma indicação, e a escolha do método depende do estágio, da intensidade, do exame clínico e dos exames de imagem. 

Conforme salienta a especialista, “com o tratamento para endometriose em dia, realizado de modo individualizado, muitas mulheres têm conseguido viver o sonho de ter seu bebê em casa, através de técnicas de reprodução assistida”. 

Ainda segundo Alessandra Evangelista, evidências demonstram que a cirurgia pode ser o tratamento de endometriose em mulheres sintomáticas, que desejam engravidar. Sendo importante avaliar o impacto do procedimento sobre a reserva ovariana, orientando a preservação através do congelamento de óvulos. De qualquer forma, ressalta, “cada caso deve ser muito bem avaliado. Por isso, é necessário que a paciente procure um especialista em reprodução assistida para saber a respeito das possibilidades de tratamento disponíveis”. 

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